segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Olheiro ...

Vejo as pessoas em suas casas calmas, tão calmas quanto um gentil sopro de fim de tarde
Tal calmaria chega ser uma ofensa a nossos princípios
As  vejo pacatas em suas funções vegetativas, agora  tudo se funde a comodidade
As casas são ocas, vazias  que foram dominadas por um clero moderno
De terno e gravata.

As vejo titubear como plantas mudas caladas que perderam a fé na próxima primavera
São flores secas, sem néctar, sem cheiro algum, apenas movidos por um "gentil" sopro de fim de tarde
Que as retalha com sua navalha de promessa.

As vejo mórbidas, quase sem sopro de vida , quase sem pensamentos
A essas horas são todos frutos da mesma maquina capitalista e burguesa que incita seus méritos 
Em seus caixões , que por sua vez são do mais fino e puro  lixo da indignidade 


 Vejo pessoas em suas casas calmas, comodas, quietas
Elas perecem e nem sabem, não veem
Apenas degustarão ao longo de suas vidas um amargo gosto do dor
Elas são calmas como brisas, e submissas a lua assim como as ondas do mar.
As vejo, e balbucio liberdade, liberdade...
Em que era você se perdeu?...

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